domingo, 27 de dezembro de 2015

Analisando Johnny Hooker - Eu Vou Fazer Uma Macumba Pra Te Amarrar, Maldito (2015)




Amor. Ódio. Traição. Libido e paixão.  São alguns desses sentimentos que o álbum “Eu Vou Fazer Uma Macumba Pra Te Amarrar, Maldito!” nos apresenta em suas 11 faixas (a última é uma versão em espanhol de ‘Alma Sebosa’).

Johnny Hooker é interprete e letrista desse que é um dos álbuns mais impactantes que tive o prazer de ouvir esse ano, e é impossível não simpatizar e colocar-se como protagonista de alguma das suas canções, repletas de poesia e sensibilidade.

Inicia com a faixa homônima ao álbum, sendo notável já nos primeiros versos a dor de um término de relacionamento desgastante, ‘Talvez algum dia eu te encontre por ai, pra me desenganar, pra me fazer sorrir’. Através da sonoridade pendendo ao brega há o arrependimento desse término, a recaída em “Volta”, submetendo-se até mesmo a perdoar os erros de quem se foi, reprimindo-se mais uma vez.

‘Acha que sua indiferença vai acabar comigo?’. É o questionamento na faixa seguinte, “Alma Sebosa”. Ao perceber que o ser amado não pretende retornar o protagonista está se fortalecendo, constata após a dor que não precisa desse outro pra seguir em frente. “Chega de Lágrimas” é mais agitada, representa a força interior e a vontade ser feliz e seguir, deixar o passado para trás, apesar de ainda sentirmos a angústia nas palavras de ódio do refrão.

O álbum segue com “Amor Marginal”, a faixa mais poética do álbum, poesia essa transportada ao vídeo clipe lançado em setembro desse ano. Aqui transparece a necessidade do amor carnal, do sexo e cumplicidade, lembranças que ficaram presentes na memória do protagonista.

Com o samba de gafieira de “Segunda Chance” Hooker coloca o protagonista na fossa da esperança de um retorno nesse relacionamento já desgastado. Apesar da percepção que sua vida está tomando rumos melhores ainda há esperança numa segunda chance. “Boyzinho” é a transformação, a mudança física, o desprendimento da vida que estava levando à sombra de um relacionamento sem volta.

Johnny Hooker 

“Boato” nos é apresentada através do ritmo descontraído do axé, descortinando toda a transformação do protagonista, quase completa. Está curtindo a vida, percebeu que o ser amado se foi, não há retorno e que o sentimento que permaneceu é simples, verdadeiro e somente isso. Não há mais motivo para sofrer. “Você ainda pensa?” é a última fossa, o desligamento de tudo que passou, os últimos pensamentos já amorosos e sexuais esmorecem nesses versos ‘você ainda pensa em mim quando você fode com ele?’. É hora de seguir, não há mais volta, pois só há o desejo que o outro fique bem (e longe, de preferência), são os desejos dos versos ‘você também vai encontrar um novo amor’.

Hooker finaliza o álbum com o frevo de “Desbunde Geral”. Após toda a dor que passou o ciclo termina, o Carnaval chega e há inúmeras possibilidades de felicidade. Não há tempo há perder com o passado, a esperança em novas possibilidades de felicidade é a mensagem final.

FAIXA INDICADA: “Amor Marginal”

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