domingo, 31 de janeiro de 2016

Primeiras Impressões // Tiê - Esmeraldas (2014)


Há uma tendência natural em achar que o passado foi melhor do que o presente que vivemos. "Ah os anos 70...", "bom mesmo era o tempo da Jovem Guarda" e "o rock dos anos 80 foi imbatível" são frases frequentes (e cansativas) de quem ouve música, especialmente brasileira. Há uma duvidosa corrente, inclusive, que diz que a MPB morreu e que não se faz nada de bom.

Erro grosseiro e quase atestado de desconhecimento. A "nova" MPB é composta de artistas tão bons quanto a maioria dos artistas da "velha" MPB, descontando-se os gênios atemporais. Nomes como Cícero, Ana Cañas, Tulipa Ruiz, Marcelo Jeneci e Tiê, entre outros, mostram o quão oxigenada e viva está a música no Brasil. Mais moderna e menos apegada ao combate ideológico, a música desse pessoal evoluiu, incorporou sons diversos, do rock londrino aos instrumentos indígenas, cada um à sua maneira, sem perder a origem.

Tiê, que tem seu disco apresentado aqui, é provavelmente a forma mais fácil de se entrar nesse mundo. O disco "Esmeraldas" (2014) é fácil de ser ouvido de uma vez só. Faixas com arranjos simples, uso frequente de back-vocal e a doce voz da cantora tornam a audição muito agradável. As letras, contidas em si mesmas e sem pertencer à nenhum "plano superior", adoçam por completo a receita. Destacam-se a novelizada "A Noite" (que recentemente ganhou dois remixes, inferiores, de maneira oficial), "Máquina de Lavar" (parceria com o genial e depreciado Guilherme Arantes) e "Par de Ases".





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